Nos últimos oito meses, a Saúde Digital Paulista realizou quase 30 mil teleconsultas
O TeleSAP, um dos modelos de teleatendimento, já economizou mais de R$ 8,4 milhões em deslocamentos e escoltas
A Saúde de São Paulo está passando por uma transformação, impulsionada pelo uso de tecnologias que estão redesenhando processos assistenciais. Em 2024, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) em parceria com o Centro de Inovação do Hospital das Clínicas da FMUSP (InovaHC), inaugurou o Centro Líder de Inovação em Saúde Digital. Desde sua criação, o centro já realizou 29.851 teleatendimentos.
Com uma equipe multidisciplinar de especialistas, o programa integra tecnologia e conhecimento para ampliar o acesso, fortalecer a rede pública e oferecer soluções inovadoras para um cuidado em saúde mais eficiente e acessível.
As iniciativas assistenciais vêm ofertando serviços para a população em quatro frentes: TeleAPS, voltada à Atenção Primária à Saúde; TeleUTI, destinada à teleconsultoria para terapia intensiva; TeleSAP, orientada para o teleatendimento em Atenção Primária à Saúde e Atenção Especializada às pessoas privadas de liberdade; e AME+Digital, focada no teleatendimento médico de especialidades.
Cerca de 17,7 pacientes já foram atendidos em 93 municípios que participam dos programas, atingindo todas as regiões do estado. Alguns desses serviços chegam a atingir 82% de taxa de resolutividade.
“Este é o maior programa de saúde digital da rede pública de São Paulo e o objetivo é ampliar o acesso à saúde da população por meio de ofertas de serviços de telessaúde, além de capacitar profissionais em Saúde Digital e avaliar requisitos de infraestrutura importantes, tais como conectividade, sistemas e plataformas, dentre outros. Na prática, o impacto na vida das pessoas é de grande relevância, pois não só diminui o tempo de espera para atendimentos, como diminui a necessidade de deslocamentos, repetição de exames complementares, possibilitando que pacientes recebam cuidados humanizados, eficientes, seguros e de qualidade, mas isso é só o começo”, afirma Cristina Balestrin, coordenadora de Saúde Digital da SES.
Rute Guimarães Pereira foi uma das mais de 17 mil pacientes beneficiadas pelo teleatendimento. A moradora de Monte Azul, na região de Barretos, elogia o tratamento recebido. “Pela maneira como a médica trata, ouve, cuida e direciona — por causa desses detalhes, que são tão grandes — hoje estou aqui com a minha saúde sendo restaurada, dia após dia, consulta após consulta. Tudo o que eu tenho para dizer é que não é apenas uma teleconsulta, é um cuidado para a vida”, completa.
Rute afirma que o cuidado e resolutividade fizeram com que ela indicasse o programa para os mais próximos. “Eu tenho indicado e ajudado as pessoas ao meu redor para elas se cuidarem de uma maneira melhor, muito pelo tratamento que recebemos aqui”, revela.
TeleAPS
O modelo de TeleAPS permite o atendimento remoto a pacientes de Unidades Básicas de Saúde e dos programas Estratégia de Saúde da Família dos municípios paulistas, por meio de teleconsultas e agendamentos online de exames, além de oferecer capacitações para profissionais da atenção básica, com monitoramento do Centro Líder de Inovação em Saúde Digital.
No local, são 98 estações de teleatendimento e um painel de monitoramento que apoia a tomada de decisões. Além disso, o painel permite coordenar os serviços de saúde que fazem parte do programa de saúde digital e monitorar os resultados dos serviços prestados à população. O Centro integra as mais variadas tecnologias em saúde digital, possibilitando a conexão de ferramentas que otimizam os quatro modelos de telessaúde: atenção primária, especializada e hospitalar, além da assistência à população privada de liberdade. Todos já estão em funcionamento e serão expandidos gradativamente pela Secretaria de Estado da Saúde para toda a rede de saúde paulista.
TeleSAP
O TeleSAP completou mais de 6 mil teleatendimentos em cinco meses de funcionamento, gerando uma economia de mais de R$ 8,4 milhões em deslocamentos. A iniciativa do Governo de São Paulo, em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), permite atendimento remoto às pessoas privadas de liberdade por meio de teleconsultas.
Médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) realizam atendimento no Centro Líder de Inovação em Saúde Digital. O modelo atua com 26 Unidades Prisionais (UPs), possui taxa de resolutividade de 85% e taxa de ocupação de agenda de 100%, alcançando uma população de cinco mil pessoas privadas de liberdade.
Alta complexidade
A TeleUTI auxilia as equipes dos hospitais da rede pública de saúde com discussões dos quadros clínicos de pacientes internados nas UTIs, visando melhorar resultados assistenciais, diminuir do tempo médio de permanência dos pacientes nos leitos e promover maior giro de leitos nas UTIs, reduzindo custos com construção de novos leitos em até R$ 76 milhões. Neste momento, esta iniciativa está presente em 18 hospitais da rede pública de São Paulo.
Atenção especializada
O AME +Digital possibilita a melhoria do atendimento ao paciente por meio de plataforma unificada, triagem qualificada, teleatendimento e aplicativo virtual. Neste momento, o modelo oferece assistência nos AMEs Botucatu, Dracena, Itapeva e Ourinhos e à população privada de liberdade em 63 unidades prisionais que possuem corpo médico para atendimentos internos, caso haja alguma necessidade de complemento por meio do atendimento presencial.
O serviço inclui consultas nas especialidades com menores ofertas e de maior prevalência. Os agendamentos serão realizados por meio do Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp). Com esse novo modelo, o Governo de SP pretende reduzir as filas de espera, ter assertividade na realização de exames e agilidade no agendamento de novas consultas.
PD&I Saúde Digital
O Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Digital (PDI Saúde Digital), realizado em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é uma iniciativa para qualificar, ampliar e facilitar o acesso do cidadão à assistência à saúde. Baseado nos conceitos de transformação digital, o programa busca a disrupção em diversas áreas por meio da validação de novos métodos, processos, fluxos e estruturas que possam ser escalados visando assistência de qualidade e segurança.
O PD&I Saúde Digital engloba, além de iniciativas estruturantes, como mapeamento tecnológico e de ofertas de telessaúde já existentes, as iniciativas assistenciais: TeleAPS, voltada à Atenção Primária à Saúde; TeleUTI, destinado à teleconsultoria para terapia intensiva; TeleSAP, orientado para o teleatendimento em Atenção Primária à Saúde e Atenção Especializada às pessoas privadas de Liberdade e AME+Digital, focado no teleatendimento médico de Especialidades.
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