Prefeitura e governo instalam grades na Cracolândia e delimitam espaço de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo e o governo de São Paulo instalaram na terça-feira (18) grades de ferro na Rua dos Protestantes, onde há maior concentração de usuários de drogas no centro da capital, criando uma espécie de corredor. A informação foi confirmada pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD) ao g1.
Segundo Ramuth, a ação operacional é de remanejamento espacial e é mais uma da série de medidas que vem sendo realizadas na Cracolândia em parceria entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nos últimos meses.
O objetivo das gestões é liberar parte da via para o trânsito de carros de segurança e de saúde, como viaturas e ambulâncias, além de melhorar a abordagem dos agentes de saúde e assistentes sociais aos usuários. O tráfego ainda não foi liberado para toda a população.
Atualmente, no período da manhã, há de 200 e 300 usuários no local. Enquanto, durante a noite, o número aumenta para 600 a 800 pessoas, informou o vice-governador.
O uso do gradil foi decidido durante reunião entre agentes estaduais e municipais das áreas da saúde, assistência social e segurança. Os encontros são promovidos semanalmente sob liderança de Ramuth. A medida será monitorada pelas gestões e dependendo dos resultados poderá ser revogada.
Esta não é a primeira fez que a gestão municipal adota esse tipo de medida. Em 2022, a prefeitura instalou grades em áreas da Praça Princesa Isabel, após a Cracolândia ter migrado para o local. Na época, a administração alegou que o objetivo do trabalho era a revitalização do local.
Violações de direitos da Cracolândia
Em 4 de junho, a Defensória Pública de São Paulo enviou um ofício à prefeitura questionando uma série de violações constatadas na Cracolândia durante visita de uma equipe do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH) em maio. Confira algumas das violações citadas no relatório:
- colocação de barreiras físicas e presença de efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em formação militar para contenção de pessoas;
- abordagens e revistas generalizadas na população da região de modo hostil e truculento;
- violações ao direito de ir, vir e permanecer com a retirada forçada das pessoas de seus “barracos”;
- apreensão administrativa de objetos, barracas, carroças e pertences pessoais;
- ausência de estratégias básicas de saneamento, higiene pessoal e hidratação, como falta de acesso à água e banheiro.
Em resposta ao ofício, a administração municipal afirmou que a GCM atua na proteção e apoio dos agentes da Subprefeitura na realização da limpeza urbana, que ocorre diariamente na Cracolândia.
Questionada sobre a ação truculenta dos agentes, a gestão alegou que a GCM “tem como principio pautar pelo respeito à vida, a segurança dos agentes apoiados e do patrimônio público, tendo em seu efetivo técnicos treinados a fim de avaliar de forma proporcional, quando e como devem atuar no sentido de preservação da vida e da ordem”.
Fonte: G1
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