Prefeitura de São Paulo entrega 287 moradias no Edifício Prestes Maia, símbolo de requalificação urbana

O prefeito Ricardo Nunes entregou, na manhã desta segunda-feira (7), as chaves das 287 unidades habitacionais do Residencial Prestes Maia, no centro de São Paulo. O edifício, que já abrigou a maior ocupação vertical do país, agora se torna um marco na história da habitação social da capital ao ser o primeiro retrofit com essa finalidade.
Com investimento de R$ 76 milhões, a requalificação do prédio foi realizada por meio do programa municipal Pode Entrar – modalidade Entidades, em que a Prefeitura financia a obra e uma entidade parceira é responsável pelo licenciamento e execução. Neste caso, a responsável foi a Associação de Auxílio Mútuo da Região Leste.
“Estamos fazendo uma entrega histórica. O Prestes Maia, que por mais de duas décadas simbolizou a precariedade habitacional no centro, agora abriga 287 famílias com dignidade. É um projeto transformador”, destacou o prefeito. Ele ainda lembrou que novos projetos semelhantes já estão em andamento, como os edifícios Bandeiras e José Bonifácio.
Requalificação que transforma
Localizado na Luz, próximo ao metrô, o Prestes Maia foi restaurado e agora conta com duas áreas de lazer ao ar livre e um salão de festas. O edifício é composto por duas torres: a primeira com 63 apartamentos, distribuídos em até nove andares, e a segunda com 224 unidades em 20 pavimentos. Os apartamentos variam entre kitnets e unidades de um ou dois dormitórios, com metragem entre 29 m² e 55 m².
A moradora Maria José da Silva, de 65 anos, relembrou as condições precárias da antiga ocupação, onde faltavam energia e água encanada nos andares superiores. “Hoje é uma vitória. Vamos voltar para um prédio bonito e digno”, celebrou.
O diretor-presidente da COHAB, Diogo Soares, enfatizou a transformação simbólica do edifício: “O Prestes Maia foi sinônimo de prosperidade, depois de abandono, e hoje é símbolo de esperança e renovação para o centro”.
Impacto urbano e social
Para o secretário de Habitação, Sidney Cruz, a entrega das unidades marca o início de uma nova trajetória para centenas de famílias. “A moradia é o ponto de partida para novas conquistas. Antes dos primeiros 100 dias deste novo mandato, já passamos das mil unidades entregues”, comemorou.
A secretária de Urbanismo e Licenciamento, Bete França, também celebrou o exemplo que o projeto representa para a revitalização do centro da cidade: “Esse retrofit mostra que é possível dar nova vida a prédios históricos e, ao mesmo tempo, garantir moradia de qualidade”.
Programa Pode Entrar
Lançado pela Prefeitura de São Paulo, o Pode Entrar é o maior programa habitacional da história do município. Com recursos exclusivamente municipais, ele visa combater o déficit habitacional e ampliar o acesso à moradia digna. O programa se divide em cinco modalidades: Aquisição, Entidades/Empresas, Melhorias, Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Carta de Crédito.
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Pode Entrar – Entidades: É a modalidade que viabilizou o retrofit do Prestes Maia. Desde o início de 2025, já foram entregues 491 unidades e outras 6.620 estão em construção (4.584 por Entidades e 2.036 por Empresas).
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Pode Entrar – Aquisição: Permite a compra de unidades prontas da iniciativa privada. Há 21.459 unidades em construção nesta categoria.
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Melhorias: Reforma e requalificação de moradias existentes. Atualmente, 1.100 unidades estão contratadas em áreas de alta vulnerabilidade.
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PPPs: Permitem parcerias com o setor privado para construção de novas moradias. Já foram contratadas 22.474 unidades, com mais de R$ 4 bilhões em investimentos.
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Carta de Crédito: Facilita a aquisição de imóveis prontos por famílias de baixa renda, com foco especial em mulheres vítimas de violência. Desde 2022, 217 contratos foram firmados nessa modalidade.
Um novo marco para o centro
O prédio Prestes Maia foi construído na década de 1950 para abrigar a Companhia Nacional de Tecidos. Após décadas de abandono e diferentes usos, foi desapropriado em 2018 pela Prefeitura e passou a ser requalificado a partir de 2022.
Para muitos, como a moradora Roseli Almeida, essa mudança representa mais do que um novo lar: “Sou do interior da Bahia, vivi na periferia, e hoje estou realizando o sonho de viver com dignidade no centro de São Paulo. Isso é justiça social”.

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