PM abre inquérito para investigar policial que matou mulher vítima de assalto na Zona Sul de SP 20 dias antes do casamento dela
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou nesta terça-feira (8) que a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar a ação de um policial de folga que atirou e matou uma mulher de 33 anos, vítima de um assalto na região do Ipiranga, Zona Sul de São Paulo.
Francisca Marcela da Silva Ribeiro morreu no último domingo (6), após tomar um tiro nas costas durante um assalto contra ela e o noivo. O autor do disparo, segundo o companheiro da vítima, foi o policial militar Daniel Lins Ferreira, que estava de folga e surgiu na cena do crime.
Em entrevista ao SP1, da TV Globo, o motoboy Wilker Michel, noivo de Francisca, contou que ele e a companheira estavam indo viajar para a cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo, quando pararam no posto para abastecer e calibrar os pneus.
Eles foram abordados por cerca de dez criminosos em várias motos, que anunciaram o assalto e pediram a moto do casal e os pertences. O policial Daniel Lins Ferreira estava no local e interveio na ação dos bandidos, atirando três vezes contra o casal.
Um dos tiros atingiu Francisca, que estava de casamento marcado para 26 de outubro com o noivo. Na delegacia, o policial afirmou que tinha achado que o posto é que estava sendo assaltado. E como todos na cena do crime estavam de preto, não conseguiu diferenciar as vítimas dos bandidos.
O que diz a SSP
Segundo a SSP, durante a ação, dois homens foram presos em flagrante após roubarem a moto do casal no posto de combustíveis.
A pasta diz que o caso é investigado pelo 26° DP (Sacomã), que analisa as imagens do posto para entender a dinâmica dos fatos a participação do policial na cena do crime.
“O caso citado é investigado pelo 26° DP (Sacomã), por meio de inquérito policial. Durante a ação, dois homens foram presos em flagrante após roubarem uma moto em um posto de combustíveis. A autoridade policial analisa as imagens e realiza diligências para esclarecer o fato. Paralelamente a isso, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM)”, declarou a pasta comandada por Guilherme Derrite (PL).
“O policial deu alguns passos, pegou a visão do bandido correndo e abriu dois disparos. Ele mirou em mim e deu um disparo que passa por cima da minha cabeça, e dois tiros na direção dela. Aí, só lembro de acordar e gritar ‘para, para, para, é a minha esposa’. E ele meio que dá uma olhada e sai correndo, em direção à rua para continuar alvejando os bandidos”, contou Wilker.
O motoboy afirmou que ainda foi conversar com o policial e perguntar por que ele havia atirado. E que não teve resposta.
“Perguntei para ele: ‘cara, por que você fez isso?’ Ele me olhou sem nenhuma expressão de dor, arrependimento, com uma expressão fria, e desviou o olhar. Em nenhum momento veio olhar para o rosto dela, em nenhum momento pediu desculpas ou perdão”, disse.
Francisca Marcela levou um tiro nas costas, foi levada para o hospital de Heliópolis, mas não resistiu. O casamento dela com Wilker estava marcado para o dia 26 de outubro.
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