O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira (30) o diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti.
Para o posto de Moretti, Lula escolheu Marco Cepik que, atualmente, comanda a Escola de Inteligência da Abin.
As mudanças foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta terça.
As trocas na cúpula da Abin ocorrem após uma operação da Polícia Federal (PF) revelar uma suposta espionagem ilegal realizada pela agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo as investigações, a agência monitorou ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente.
Na investigação, a PF cita um possível conluio entre investigados na operação e a atual gestão da Abin.
Os monitoramentos, segundo as investigações, envolviam o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas.
O software é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição.
O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado da família Bolsonaro. O parlamentar foi alvo de operação da PF. Ele nega participação em qualquer prática de espionagem ilegal.
Mais cedo, durante entrevista à rádio CBN Recife, Lula havia dito que, se ficasse provado que Moretti favoreceu investigados pela PF e manteve relações com Ramagem, não haveria “clima” para ele permanecer na Abin.
Na entrevista, o presidente disse que indicou Luiz Fernando Corrêa para ser diretor-geral da Abin para montar sua equipe dentro da agência.
“E esse companheiro [Corrêa] montou a equipe dele. Dentro da equipe dele tinha um cidadão [Moretti], que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-diretor da Abin do governo passado. Inclusive, relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia. Mas antes de você fazer simplesmente a condenação, é importante investigar corretamente”, afirmou Lula.
Fonte: CNN Brasil
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