Debate na Alesp Aborda Estratégias de Combate e Prevenção à Dengue em São Paulo
Dados recentes, medidas de controle e dificuldades enfrentadas no combate à epidemia foram alguns dos pontos abordados durante o encontro
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, nesta quarta-feira (27), uma Audiência Pública que tratou do combate à dengue. O evento reuniu especialistas e representantes da população que debateram as medidas adotadas pelo Governo para controlar a epidemia e as dificuldades enfrentadas ao longo do processo. A atividade foi solicitada pelo deputado Paulo Fiorilo (PT).
A Dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que atua como um vetor. A doença é disseminada pela existência de criadouros, recipientes com água parada, que favorecem a reprodução e proliferação dos mosquitos.
Segundo o deputado Fiorilo, o governador Tarcísio de Freitas decretou – no último dia de 5 de março – situação de emergência no Estado de São Paulo. “Foram 300 casos de dengue para cada 100 mil habitantes. Até 26 de março havia pouco mais de 332 casos confirmados da doença e outros 130 mil casos em investigação. Hoje, já são 139 óbitos confirmados e 292 casos em investigação”, afirmou o parlamentar.
O deputado também declarou que R$ 20 milhões em recursos foram liberados para ações de combate à dengue nos municípios paulistas e que ainda foi estabelecida a transferência de recursos complementares do Fundo Estadual para os Fundos Municipais.
Combate
De acordo com o pesquisador científico da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Horácio Teles, fatores sociais, econômicos e ambientais favorecem o avanço da doença. O especialista explicou que moradias com estruturas precárias, deficiências sanitárias, falta de vacinas para aplicação em larga escala, inexistência de um tratamento específico para a doença, insuficiência de recursos financeiros e condições climáticas favoráveis para a reprodução do mosquito são determinantes para o agravamento da situação.
“O combate à dengue não é só quando os casos estão em alta. O trabalho de controle é no dia a dia; é você fazer o bloqueio do criadouro, dar suporte aos municípios pequenos, aplicar inseticidas e ir até as casas. Então, se o Estado não fizer um trabalho sério, todo ano terá esse aumento de casos”, argumentou o conselheiro fiscal do SindSaúde, Gabriel Júnior.
No evento, lembrou-se que a Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da Secretaria de Saúde do Estado vem adotando ações de combate à dengue. Entre elas: vigilância e controle de hospedeiros, prevenção, ações de planejamento e monitoramento da epidemia, doação de insumos, recursos humanos e pesquisas, disponibilidade de informes no site, elaboração de campanhas e vídeos instrutivos para a população, além da mobilização de todos os municípios.
Infestação
A representante do Centro de Vigilância Epidemiológica, Natália Cristina Soares, ainda ressaltou que é muito difícil eliminar o mosquito Aedes aegypti, mas que é possível reduzir sua infestação.
“As atividades de controle da dengue, como o fumacê, são de responsabilidade dos municípios, mas o Estado deve auxiliá-los a promover um diálogo com as secretarias de Saúde, Educação e Meio Ambiente locais”, complementou Natália.
Fonte: Alesp.
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