Centros de Referência da Dor Crônica Registraram Aumento de 272% em um Ano
Criado pela Prefeitura em 2021, serviço conta com seis unidades em todas as regiões e já fez mais de 109 mil atendimentos em 2023
“Conviver com a dor diariamente é uma situação muito difícil e isso me deixava muito deprimida. No Centro de Referência da Dor eles me ajudaram a voltar às atividades diárias com bem-estar”, conta a auxiliar de limpeza Ana Paula Santos da Silva, 30 anos, que sofria com dores insuportáveis, resultantes da compressão da mão esquerda, inflamação nos tendões e bursite no ombro, impedindo a mobilidade de todo o braço, após um acidente de trabalho. Ana Paula é uma das 11.663 pessoas que passaram pelo serviço da Prefeitura de São Paulo voltado a prestar assistência integral ao paciente com quadros recorrentes de dor crônica.
Os CRs Dor têm como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes que não responderam a outros tratamentos, com um projeto terapêutico personalizado, diferentes tipos de terapias e tratamento medicamentoso, caso seja necessário.
Os seis centros da Secretaria Municipal da Saúde, distribuídos em todas as regiões da cidade, realizaram mais de 109 mil atendimentos em 2023. Desde que foi inaugurado o primeiro equipamento, no Bosque da Saúde, em 2021, foram realizados mais de 153 mil atendimentos em todo o munícipio de São Paulo. Ao longo de 2022, foram implantados mais dois centros: o CR Dor Parque Maria Helena, em outubro, e outro na zona leste, em dezembro, que juntos realizaram 29.372 atendimentos. No ano de 2023, foram entregues mais três equipamentos: o CR Dor Pirituba, em julho; o Bom Retiro, no centro; e o Oeste, em dezembro; totalizando 109.270 atendimentos em todo município. Um crescimento de 272% em um ano.
Após duas cirurgias, Ana Paula passou por vários tipos de tratamentos fisioterapêuticos, mas só encontrou alívio em um dos seis Centros de Referência da Dor Crônica (CRs Dor) da capital. “O atendimento do CR Dor Pirituba é excepcional. Lá nós somos mais que um número. A gente recebe uma atenção especial e isso ajuda a melhorar nossa qualidade de vida.” No equipamento, a paciente passa por fisioterapia, acupuntura, terapia ocupacional e atendimento psicológico.
A doméstica Roseli Vieira, 52, sofria de dores fortíssimas em função de fibromialgia e artrose. Depois de passar no CR Dor Bosque da Saúde encontrou uma metodologia que a ajudou a sentir menos dor. “Acredito que o tratamento no CR Dor funciona porque ele oferece um serviço completo ao paciente, que vai desde a acupuntura até a terapia com um psicólogo. Isso aliado à regularidade do tratamento ajuda a aliviar os sintomas”, declarou.
De acordo com a secretária-executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, Sandra Sabino Fonseca, “a ampliação no número de equipamentos permite que os munícipes recebam atendimento integral para suas patologias, com unidades estruturadas e profissionais capacitados na sua região de referência.”
O vendedor autônomo Ailton Muliterno, 64, é outro beneficiado pelo serviço. Após cair de moto, sofrer uma contusão na coluna e um choque violento nas vértebras, ele passou por ortopedistas e realizou mais de 20 sessões de fisioterapia, mas nada melhorava a dor, o que prejudicou inclusive sua mobilidade. O ortopedista o encaminhou, então, para o CR Dor Pirituba, onde é atendido desde setembro do ano passado. “Eu nunca me senti tão bem- tratado e tão respeitado em um lugar. As pessoas chegam lá com o rosto marcado pela dor e saem com o rosto transformado pela alegria.”
Os encaminhamentos dos pacientes são feitos pelas 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade, que são a porta de entrada para o atendimento à população. Cada centro desenvolve um projeto terapêutico singular, com um conjunto de condutas clínicas propostas de acordo com as necessidades de cada indivíduo, construídas a partir da discussão de cada caso por uma equipe multidisciplinar composta por reumatologistas, ortopedistas, acupunturistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogas, fisiatras, assistentes sociais e profissionais de enfermagem.
Os centros atendem adultos e adolescentes acima de 13 anos de idade com histórico de tratamento de dor crônica de no mínimo três meses, independentemente da especialidade médica ou cirúrgica, desde que a pessoa não tenha apresentado melhora com os tratamentos preconizados ou medicamentos prescritos pelos profissionais das equipes multiprofissionais de outros equipamentos da rede municipal. O acompanhamento no CR Dor se dá até o momento da alta médica; caso o quadro de dor retorne ou mude de característica, nova avaliação poderá ser agendada.
Fonte: Prefeitura de São Paulo.
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