Após doação milionária de professor, fundo da USP chega a R$ 59 milhões e recebe mais três propostas; veja como doar
Após o antropólogo Stelio Marras ter feito a doação de um prédio avaliado em R$ 25 milhões para o Fundo Patrimonial da Universidade de São Paulo (USP), a universidade informou que foi procurada por mais três pessoas interessadas em contribuir também.
As novas ofertas ainda não foram fechadas.
Atualmente, o fundo tem R$ 59 milhões – somando os R$ 25 milhões do professor Stelio com os R$ 34 milhões que já estavam em caixa.
O que é o Fundo Patrimonial da USP?
O Fundo Patrimonial da USP foi criado em 2021, e tem como maior doação a do professor Stelio Marras. O fundo tem como objetivo captar doações que serão aplicadas na universidade.
- A captação é realizada pela Fundação Gestora do Fundo Patrimonial, com apoio da Reitoria;
- A partir disso, os recursos doados vão para a conta do Fundo Patrimonial, onde são aplicados para gerar rendimentos;
- a Fundação Gestora do Fundo Patrimonial faz a gestão dos valores e direciona para áreas da universidade;
- A seleção dos projetos que vão receber os valores é realizada pela Fundação Gestora, com o apoio da Reitoria, das unidades, da prefeitura, dos museus e demais órgãos da USP, conforme a natureza do projeto.
- Esses valores são sacados e repassados, e a execução dos projetos é feita pela Fundação de Apoio à USP.
Quem pode doar?
O fundo pode receber doações de qualquer indivíduo, famílias, empresas, fundações, institutos e entidades públicas.
O que pode ser doado:
- Recursos financeiros;
- Bens imóveis;
- Bens móveis que sejam úteis à universidade;
- Bens deixados em testamento.
Ou seja, fora dinheiro, podem ser doados livros e até mesmo instrumentos musicais. Também é possível indicar o projeto que o doador quer que receba os incentivos.
Prédio de R$ 25 milhões
O prédio avaliado em R$ 25 milhões está localizado no Centro de Poços de Caldas (MG). A estrutura faz parte da herança do antropólogo Stelio Marras, que é professor da instituição.
“Se eu morrer amanhã, o prédio vai ser imediatamente transferido para esse fundo da USP, que vai bancar com os dividendos dessa doação, bolsas de permanência estudantil para cotistas, sociais e raciais, como se diz hoje, para grupos em torno social, economicamente minoritários e vulneráveis”, contou Stelio Marras, em entrevista à EPTV, afiliada Globo.
Marras já foi aluno da USP e hoje, além de professor, também atua no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB). A família dele é de Poços de Caldas, no Sul de Minas, e parte da herança é o prédio localizado na Rua Rio Grande do Sul. O imóvel possui quatro andares, uma cobertura e abriga um cinema.
A doação já está no testamento dele. O imóvel deverá ser usado integralmente para a concessão de bolsas de permanência estudantil, que devem garantir que grupos minoritários não abandonem as salas da universidade e consigam concluir seus cursos.
A doação de bens em testamento para instituições sem fins lucrativos – como fez o professor e antropólogo Stelio Marras para o fundo patrimonial da USP – é chamada de “Legado Solidário” e ainda é pouco utilizada no Brasil.
Conforme o professor, é importante falar sobre este tipo legado para estimular a elite brasileira em futuras doações.
“A expectativa é essa de que doadores, doadoras, tenham mais a cara a público e se orgulhem, apesar de todas essas dificuldades de vir a público e ficar tão exposto, mas que eu estou dizendo isso porque o pessoal do Fundo Patrimonial da USP chama atenção para esse fato, ou seja, ele está dizendo, olha, você está fazendo algo de inovação porque há doadores e doadoras, mas eles e elas não se colocam publicamente. E eu só aceitei fazer isso, porque colocando-se publicamente a expectativa é que isso estimule mais doações e também estimule a sensibilidade às questões que são tão prementes para nós no Brasil”, afirmou.
Fonte: G1
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