Alê, Campeão da Libertadores, Inicia Jornada em Nova Divisão de SP aos 38 Anos: “Estou Apto para Jogar”
Volante ex-São Paulo está no São-Carlense e faz primeira partida na Série A4 neste domingo, às 15h, contra o Joseense
O volante Alê, campeão estadual e da Libertadores pelo São Paulo em 2005, além de membro do elenco que venceu o Mundial no mesmo ano, estreia na penúltima divisão do futebol paulista neste domingo. Defendendo o Grêmio São-Carlense, ele entra em campo contra o Joseense, no Martins Pereira, às 15h.
Alê tinha 19 anos quando foi campeão pelo Tricolor e era o jogador mais novo do São Paulo em 2005. Quase 20 anos depois, após passagens por diversos times do interior paulista em divisões como Série A2 e A3, jogará pela primeira vez no quarto nível do futebol estadual, antiga Segundona.
O novo formato da agora Série A4, recém-criada pela Federação Paulista de Futebol (FPF), determina elencos sub-23, mas permite até cinco jogadores acima desta idade.
Alê mora há seis anos em São Carlos (SP), cidade-natal da esposa. Como conhece e acompanha o Grêmio São-Carlense no profissional e na base, surgiu o interesse do clube em ele disputar a Série A4 neste ano. Além dele, o time tem outro campeão da América: o atacante Fabrício, de 22 anos, integrante do elenco do Palmeiras na Libertadores de 2020.
Eu me sinto apto a jogar e fui bater um papo com o pessoal. Eles me fizeram um convite e o que me seduziu muito foi o planejamento. É um clube que está crescendo, reformando o campo, construindo academia, honra com seus compromissos, principalmente com os funcionários, que são as pessoas que movem o clube. Tem um bom projeto, o planejamento de ter base, de revelar, de subir de divisão, tem estrutura para o jogador trabalhar. Tem time de Série A1 que não tem isso – afirmou.
Do Tricolor ao interior
Alê começou a ser usado no profissional do São Paulo em 2003 e chegou a ficar no banco de reservas em partidas do Brasileirão. Em 2004, foi oficialmente integrado no time de cima após o vice-campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior sob o comando de Marcos Vizolli, que mais tarde treinou o profissional e atualmente segue na base do Tricolor. O primeiro jogo como titular foi no Paulistão daquele ano, contra o Santos.
– Na nossa época estavam o Fábio Santos, Diego Tardelli, Edcarlos, Marco Antônio, Renan, Flávio Donizete, o Hulk teve passagem e foi embora, Hernanes. A maioria foi campeão com o São Paulo. A maioria subiu e jogou. Era uma base muito forte. Sempre que a gente entrava dava conta do recado. Teve uma época que o banco da Libertadores de 2005 tinha de seis a sete jogadores da base, além do Edcarlos de titular – relembrou.
Do São Paulo, Alê foi emprestado ao Botafogo em 2006 e depois para o Cerezo Osaka, do Japão, onde ficou de 2007 a 2008. Em 2010, jogou pelo Santo André e foi vice estadual contra o Santos. Ainda teve passagens por Atlético-MG e Athletico-PR antes de iniciar a trajetória por times das divisões de acesso, sobretudo no interior paulista.
– O futebol mudou muito. Vieram jogadores mais novos e o mercado foi dando uma oscilada. Eu sempre fui um cara que quero jogar, não importa onde. Ao invés de ficar esperando ir para um time grande, de maior expressão, que pode ou não acontecer, eu queria estar em atividade. É aquela coisa de quem não é visto não é lembrado.
O volante, com passagens pela seleção brasileira de base, jogou pelo extinto Guaratinguetá, XV de Piracicaba, Rio Claro, Boa Esporte-MG, São Bento, Portuguesa, Sertãozinho, Noroeste, Juventus-SP, extinto Atibaia, E.C. São Bernardo e, agora, no Grêmio São-Carlense.
– Joguei Série A2, A3, e como pretendo continuar no futebol, a maioria dos clubes me deixaram portas abertas para pós-carreira. Isso foi me chamando atenção. Claro que todos nós queremos continuar em clubes maiores, mas vieram outros jogadores de qualidade. A gente vai também entendendo nossa situação no futebol. Chega uma idade que você não é mais negociável. Isso é natural na vida, ainda mais no futebol – comentou o jogador, que vê sua experiência como auxílio para os jogadores mais jovens dos clubes por onde passa.
– Posso acrescentar muito com a molecada que joga comigo. Hoje jogo com meninos que são 20 anos mais novos que eu. O mais novo do nosso time hoje tem 16. É um desafio, é uma coisa nova para mim, mas é algo que me tira da zona de conforto. Acho que isso é importante para quem quer continuar. Sempre falei que chego nos clubes sem contrato de ser titular. Estou sempre brigando para jogar. Não fico fora de treino, fora de jogo. Tenho muito a acrescentar fora de campo, vendo coisas com a diretoria, coisas que já vi em times grandes e sei que pode dar certo. Então, está sendo muito interessante para mim. Está sendo muito legal. Eu brinco que eu tenho que usar um colete a prova de balas, porque tenho um papel de líder e sou um porta-voz dos jogadores com a comissão e diretoria. E ao mesmo tempo sou porta-voz da diretoria.
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