Confronto direto entre Israel e Irã marca nova escalada no Oriente Médio

Confronto direto entre Israel e Irã marca nova escalada no Oriente Médio

O ataque militar de larga escala realizado por Israel contra o Irã, seguido por uma resposta iraniana com o lançamento de mísseis balísticos sobre o território israelense, inaugurou uma nova fase no conflito entre os dois países. O confronto, que por décadas foi travado por meio de aliados e grupos intermediários, agora assume contornos diretos, elevando o risco de instabilidade prolongada no Oriente Médio e aumentando a tensão global, com potenciais repercussões sobre os Estados Unidos.

O bombardeio israelense atingiu alvos estratégicos no Irã, incluindo instalações nucleares e figuras-chave do setor militar e científico, sendo considerado um dos mais significativos desde a guerra Irã-Iraque, nos anos 1980.

Em resposta, o Irã lançou mísseis balísticos contra alvos em Tel Aviv e Jerusalém, forçando a população a buscar abrigo em bunkers. A ação mostrou a capacidade de retaliação iraniana, mesmo diante de uma posição defensiva. A retórica beligerante que marca o relacionamento entre os dois países há quase meio século deu lugar, desta vez, a ações militares diretas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo do ataque foi impedir o avanço do programa nuclear iraniano, que, segundo ele, teria potencial para desenvolver armas atômicas. A operação também serviu para reposicionar politicamente o premiê, em meio às críticas internas pela condução da guerra em Gaza, que já dura 20 meses, e por denúncias de corrupção.

Em pronunciamento voltado à população iraniana, Netanyahu afirmou que o regime de Teerã “roubou por décadas a chance de uma vida digna” ao povo do país, e insinuou que o objetivo maior da operação seria enfraquecer ou mesmo derrubar o atual governo iraniano.

Ainda não há confirmação sobre a extensão dos danos ao programa nuclear iraniano, especialmente em relação às instalações subterrâneas com grande grau de proteção. Especialistas alertam, no entanto, que o conhecimento acumulado pelo Irã ao longo de décadas não pode ser apagado apenas com ataques pontuais.

O Irã, por sua vez, encara uma resposta como imperativa para preservar sua imagem de força e para manter a coesão interna do regime. A recente ação de Israel em território iraniano, envolvendo inteligência e operações militares sofisticadas, representou um duro golpe à segurança nacional do país.

Com os dois países agora engajados diretamente em confrontos militares, cresce o temor de que esta seja apenas a primeira etapa de uma escalada mais ampla, com impacto não apenas regional, mas também global.