Vencedores da Febrace, que acontece na USP, na capital paulista, serão conhecidos nesta sexta-feira (22)
Se a ciência é capaz de transformar a sociedade, estudantes da rede estadual de ensino finalistas da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Tecnologia), estão no caminho certo. O cuidado e a atenção com o outro são mote de projetos finalistas da feira que acontece até esta sexta-feira (22), na USP (Universidade de São Paulo).
Ao todo, sete projetos de jovens cientistas das escolas estaduais localizadas no interior estão expostos na USP. Os vencedores serão conhecidos a partir das 14h desta sexta.
Foi percebendo um colega com deficiência visual que é apaixonado por esportes, principalmente por natação, que Júlia Paulino Barreto e Isabelle Gomes Diniz Santos, alunas da cidade de Campo Limpo Paulista — cidade a 60 quilômetros da capital — criaram uma touca de natação que emite um sinal quando o esportista estiver se aproximando das bordas da piscina e precisa fazer a virada olímpica.
A 360 quilômetros dali, em Franca, um colega de sala com Transtorno do Espectro Autista (TEA) inspirou o projeto das estudantes Beatriz Angélica Ferreira Barros, Maria Eduarda Silva Augusto e Beatriz da Silva Lara. Elas criaram um dispositivo de alerta para ruídos, principalmente o barulho dentro de sala de aula, que beneficia pessoas com TEA e sensibilidade auditiva.
Na sala de aula, o dispositivo está instalado em cima da lousa da sala e é sempre acionado quando o volume do ambiente alcança 85 decibéis. Esse alerta serve para que a turma diminua o barulho. “Depois da instalação, a gente teve uma evolução de 8,1% no desempenho acadêmico da Prova Paulista, assim como nosso colega teve um aumento do desempenho em 4,4%”, comenta a estudante Beatriz da Silva Lara.
“As alunas demonstraram empatia e se solidarizam, ao ponto de criar um dispositivo visual que é aplicado em sala de aula”, conta o professor orientador da equipe, Henrique Pereira, que reconhece que o projeto beneficiou também sua forma de dar aula, porque agora ele não precisa mais forçar tanto a voz para ser ouvido pela classe.
Foi com o objetivo de cuidar da saúde das pessoas que a aluna Ana Elisa Brechane da Silva criou o ConnectBreathe, dispositivo capaz de fazer o diagnóstico e de também apoiar o tratamento de doenças respiratórias. “O ConnectBreathe pode fazer o diagnóstico do sistema respiratório dos pacientes para doenças como asma, bronquite, enfisema pulmonar, e pode fazer o tratamento para fortalecer a musculatura respiratória desses pacientes e de quem foi acometido por Covid, por exemplo”, explica a estudante de Santa Rita d’Oeste, a 177 quilômetros de São Paulo.
Da região de Campinas, a cidade de Sumaré — a 130 quilômetros da capital —, está representada na Febrace pelas estudantes Raquel Kauane dos Santos, Danielle de Oliveira Maciel e Julia Rodrigues de Souza que resgataram o projeto arquitetônico ferroviário da cidade com uma reparação histórica. Agora, são as pessoas pretas envolvidas na construção que fazem parte da história da cidade e são consideradas no projeto dessas alunas.
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